quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um cego ou dois?

Aconteceu que, ao aproximar-se Ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Lucas 18:35

Os Evangelhos foram escritos por homens que testemunharam o que Jesus fez e disse. E há pequenas discrepâncias nos seus relatos. Lucas, por exemplo, diz que quando Jesus Se aproximava de Jericó, um cego estava assentado à beira do caminho (Lc 18:35). Mateus, porém, diz que quando eles estavam saindo de Jericó, havia dois cegos à beira do caminho (Mt 20:30).

Marcos e Lucas falam de um endemoninhado geraseno (Mc 5:2; Lc 8:27), enquanto Mateus menciona dois (Mt 8:28). Marcos diz que antes que o galo cantasse duas vezes, Pedro negaria a Jesus três vezes (Mc 14:30). Mateus diz apenas “antes que o galo cante” (Mt 26:34). Os quatro evangelistas também divergem no tocante à inscrição sobre a cruz, acima da cabeça de Jesus (ver Mt 27:37, Mc 15:26, Lc 23:38, Jo 19:19).

Para os incrédulos essas divergências são uma prova de que esses relatos não são confiáveis e, consequentemente, não inspirados. Mas um exame meticuloso desses fatos atesta justamente o contrário, pois duas testemunhas do mesmo incidente, ao descreverem o que viram ou ouviram, dificilmente apresentarão versões coincidentes em todos os seus detalhes. Se isto acontecesse, haveria maior desconfiança de que ambas “fabricaram” a história de comum acordo do que se houvesse pequenas discrepâncias, pois a experiência demonstra que duas pessoas nunca enxergam o mesmo evento exatamente da mesma maneira.

As diferenças mostram que não houve conluio entre os autores, e que eles relataram, independentemente, o que mais impressionou a mente deles no tocante à vida e ensinos de Cristo. Os evangelistas escreveram em momentos diferentes, em lugares diferentes, os seus relatos ligeiramente diferentes. Além disso, Cristo falava aramaico, e os evangelhos foram escritos em grego. Dois tradutores, ao traduzirem o mesmo texto, se expressarão em linguagem diferente, segundo o seu estilo. No entanto, pode-se ver harmonia e unidade no que escreveram.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16). O seu poder transformador na vida de homens e mulheres atesta sua origem divina.

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